O antigo edifício do Asilo Pinto de Carvalho, com 98 anos de existência, na sua origem, funcionou como entidade de acolhimento de órfãs menores e proporcionou, ainda, o serviço de ensino primário à população oliveirense.

O terreno com 1339m² confina a Norte com a antiga estrada nacional EN1, atualmente denominada Rua Frei Caetano Brandão (218), e a Sul com a Rua Manuel Alegria (223).

Este edifício, outrora dedicado aos serviços de apoio social, assistencial e educativa, sofrerá alteração de uso para habitação plurifamiliar com o objetivo de construir seis fogos, cujas tipologias variam do T2+1 ao T5. Será igualmente construído um parque de estacionamento privado, aproveitando o desnível entre a cota da Rua Frei Caetano brandão (218) e a cota da plataforma interior do terreno (221). Esta plataforma será acessível pela introdução de uma escada exterior e um elevador, a partir da Rua Frei Caetano Brandão.

Tanto a Este como a Oeste, os lotes vizinhos estão ocupados com habitações unifamiliares. Do lado Oeste, uma habitação recente, afasta-se da rua, contrariando o tecido urbano mais antigo.

A proposta de intervenção, relativamente ao alinhamento e à implantação das edificações vizinhas, coloca especial atenção na volumetria e aspeto exterior no sentido de uma melhor e ajustada integração da proposta em relação à envolvente, promovendo, desse modo, o reforço dos valores arquitetónicos, paisagísticos e ambientais daquela área urbana. Desse modo, na resolução da intervenção, na Rua Manuel Alegria, prevê-se a demolição do volume anexo existente ao edifício principal (não original), onde se construirá um novo volume que resolve a relação entre o edifício principal do antigo Asilo e o edifício do lote adjacente, sobre o qual recaiu, recentemente, um pedido de reabilitação no sentido da sua manutenção.

Ao tratar-se de um edifício de carácter histórico, a proposta considera relevante a manutenção total das fachadas exteriores do edifício, alterando apenas aspetos de pormenor, conferindo ao edifício uma maior dignidade. Referimo-nos à colocação de uma platibanda que dá continuidade ao elemento de pedra existente – frontão – no remate da cobertura e à inserção de um terceiro vão na fachada principal, colocado no meio dos vãos existentes.

Pelo interior, não sendo possível manter as paredes e a escada interior existentes, por razões técnicas e regulamentares, mantém-se o princípio de organização interna existente, mantendo assim o diálogo entre o desenho das fachadas e a organização interna do edifício.

O espaço do átrio recebe luz através dos vãos existentes no espaço da entrada, potenciado pela introdução de um pé-direito duplo na zona da entrada do edifício, pela Rua Manuel Alegria. Ao redesenhar o espaço da entrada do edifício, mantendo o princípio organizativo, permitiu, estabelecer uma nova relação do espaço interior dos acessos verticais à plataforma do terreno, onde se localizarão os espaços de lazer, como também o acesso à Rua Frei Caetano Brandão.